O que é Inspeção Autônoma?
Na etapa 5 são elaboradas folhas de verificação (check-lists) para que o operador monitore o equipamento utilizando o conhecimento ganho nos treinamentos realizados na etapa 4, e a habilidade de pequenos reparos adquirida ao longo do tempo, principalmente acompanhando a equipe de manutenção quando da intervenção do equipamento.
Nesta etapa é bom não cometer alguns erros elementares e históricos. Muitas vezes a Manutenção elabora folhas de verificação (check-lists) que são entregues à Produção sem qualquer discussão prévia, principalmente sobre o tempo e os meios para executá-las. O resultado poderá ser desastroso, tais como:
Acidentes pessoais por falta de ferramentas e dispositivos adequados;
Falta de comprometimento na inspeção e registros (há casos em que o operador registra na planilha dados ou confirmações sem terem sido inspecionados na freqüência prevista);
Perda de histórico do equipamento nos casos de pequenos reparos;
Sentimento pelo operador de que está sendo explorado, podendo provocar problemas sindicais.
Com o tempo, os operadores conseguem desenvolver um sexto sentido (infelizmente tal sensação não pode ser quantificada, além de ser de difícil externação). Conseqüentemente muitas das sensações captadas acabam não sendo comunicadas, resultando em efeitos até catastrófico.
A atividade de inspeção autônoma exige educação e treinamento. Não basta conferir uma folha de verificação. Um operador deve ser capaz de detectar um ritmo inadequado ou diferente. Esta sensação será reforçada através da limpeza, do aperto de porcas e parafusos e da lubrificação. O relatório constitui mera formalização dos resultados.
A introdução dos controles visuais ocorridas na etapa 3 faz com que as melhorias que bloqueiam as degenerações e os locais de difícil acesso sejam incorporadas.
Como foi visto, a etapa de atividades autônomas reflete as atividades fins da Manutenção Autônoma. As etapas de 1 a 4 são preparativos para estas atividades.
Neste estágio é importante se fazer uma análise e revisão das descrições de cargos, para que os trabalhos agora desenvolvidos pelos operadores estejam alinhados com o que conta nas descrições. Este cuidado deve ser tomado para se evitar problemas legais e com sindicatos.
Por falar em problemas legais, à medida que as Lições de Um Ponto sejam de conhecimento dos operadores, deve ser solicitada a sua assinatura, tanto para controle interno, quanto para possíveis problemas que podem ocorrer posteriormente em casos de acidentes ou acusações na justiça do trabalho (ou até mesmo na justiça comum).
O resultado prático desta etapa é o domínio completo do processo e do equipamento pelo operador. É o resgate de sua intimidade com o equipamento repercutindo em uma maior disponibilidade operacional. O operador passa a vivenciar o lema “da minha máquina cuido eu”.