O que é Análise P-M?
A análise P-M é uma técnica desenvolvida para analisar fenômenos como falhas ou defeitos de processo em termos de seus princípios físicos e elucidar os mecanismos que regem estes fenômenos em relação às quatro “entradas” na produção (equipamento, materiais, pessoas e métodos). Com isto são removidos sistematicamente os defeitos que contribuem para as perdas crônicas.
A necessidade da utilização desta técnica deve-se aos seguintes fatores:
a) Não existe o hábito de utilizar o raciocínio teórico para os fenômenos:
Não se faz raciocínio teórico a respeito dos fenômenos;
As causas importantes acabam não sendo analisadas;
Começam a ser apontadas causas que nada têm a ver com o problema;
A solução fica na base do “improviso”.
b) Não se conhece a estrutura-mecanismo-composição de peças relacionadas
Desconhece-se a estrutura e o mecanismo da parte relacionada;
Desconhece-se a composição das peças e sua montagem;
Desconhecem-se as funções das peças;
Devido aos fatores acima, ocorrem “falhas” na hora de listar as causas.
c) Não se conhece o princípio da manufatura
Desconhece-se em que princípio de manufatura está sendo baseada a operação
Desconhece-se quais são as causas fundamentais do princípio da manufatura
d) A abordagem das causas é imperfeita
A forma de abordar as causas é grosseira
Falta de detalhamento das causas apontadas.
e) Raciocínio baseado em pontos principais, tomando-se apenas os que causam maiores influências
Tomam-se apenas os pontos que se acredita terem maiores influências;
Filtram-se estes elementos mentalmente (decide-se se estes elementos têm ou não relação com o problema);
Desprezam-se os elementos que se acredita que tenham pouca influência.
A análise P-M é desenvolvida em oito etapas:
1. Esclarecer o problema
2. Analisar o problema
3. Listar todas as condições potencialmente relacionadas ao problema
4. Buscar a correlação entre homem, máquina e material
5. Planejar a investigação
6. Investigar funções deficientes
7. Elaborar planos de melhorias
Discutiremos a partir de agora cada uma destas etapas:
Etapa 1 - Esclarecer o problema
a) Investiga-se criteriosamente o problema;
b) Compara-se sua aparência, condições e partes afetadas com as equivalentes de equipamentos similares;
c) Determina-se se o fenômeno é o mesmo ou ligeiramente diferente.
Etapa 2 - Analisar o problema
Considera-se as leis físicas que estão por trás dos fenômenos observados. Esta análise é importante porque:
a) A física fornece uma visão única do fenômeno e conduz às causas;
b) A investigação lógica e sistemática garante que fatores não serão ignorados;
c) Desencoraja a confiança na intuição e “chute”;
d) Força-nos a reavaliar as causas básicas, ações corretivas e itens de controle para perdas crônicas atacadas sem sucesso no passado.
Etapa 3 - Listar todas as condições potencialmente relacionadas ao problema
a) Lista-se as condições que precisam estar presentes para que o fenômeno ocorra;
b) Estuda-se sistematicamente as condições fundamentais, afloradas pela análise física.
Nota 1: Perdas não podem ser completamente eliminadas quando algumas condições são ignoradas.
Nota 2: Deve se tomar cuidado para evitar estabelecer prioridades ou abordar a análise com idéias pré-concebidas.
Etapa 4 - Avaliar correlação entre homem, máquina e materiais
a) Considera-se cada condição identificada na etapa anterior em relação a fatores como equipamento, ferramenta e método de trabalho envolvido;
b) Lista-se todos os fatores possíveis que influenciam as condições;
c) Esclarece-se a relação entre estes fatores, os fenômenos e as condições.
Etapa 5 - Planejar a investigação
a) Planeja-se cuidadosamente o escopo e direção da investigação para cada fator;
b) Decide-se o que medir e como medir;
c) Elabora-se um cronograma.
Etapa 6 - Investigar funções deficientes
a) Investiga-se todos os itens planejados na etapa anterior;
b) Registra-se as influências dos pequenos defeitos e as condições ótimas a serem obtidas;
c) Evita-se a abordagem “causa-efeito” convencional, não ignorando-se desvios de função que poderiam ser considerados inofensivos.
Etapa 7 - Elaborar planos de melhorias
a) Planeja-se estratégias de melhorias para cada fator;
b) Implementa-se as estratégias.
A Análise P-M é especialmente usada para atacar perdas que surgem de uma variedade de causas interrelacionadas, problemas que não foram solucionados por análises mais simples. Por esta razão, forças-tarefas geralmente usam Análise P-M quando necessitam reduzir taxa de defeitos entre 0,5% para zero, pois taxas entre 5 a 10% são tratadas convencionalmente com a técnica “Por quê - Por quê”, a qual consiste em questionar-se por cinco vezes consecutivas o “por quê” de um determinado problema. Desta forma, pode-se descobrir as causas reais que provocaram o problema e não apenas a causa imediata.