O que é Inspeção Geral?
As etapas anteriores constituem as condições básicas que devem ser consideradas a fim de evitar o envelhecimento e a degeneração das máquinas e equipamentos. Na etapa 4 serão apresentadas as atividades que permitirão o bloqueio dos desgastes e a recuperação das partes afetadas, ao mesmo tempo em que buscar-se-á a formação dos operadores polivalentes, com pleno conhecimento do seu trabalho e dos equipamentos que operam.
Muitas empresas imaginam já conduzir alguma modalidade de atividades efetuadas sob plena responsabilidade do seu pessoal operacional, mas os resultados nem sempre são satisfatórios. Existem três grandes razões que contribuem para este insucesso:
Desmotivação - Isto ocorre porque os operadores percebem que os problemas crônicos e as quebras acidentais não estão sendo devidamente eliminados (a eliminação ocorria somente após a etapa 2);
Falta de Tempo - A própria supervisão critica quando sente que o operador está dedicando parte do seu tempo às atividades de limpeza. Além desta possibilidade, alguns operadores que não se conscientizaram da importância da limpeza, procuram desmerecer àqueles que compraram a idéia. Este fator tem sido mais crítico em empresas que reduziram seus quadros sem muito critério. Por vezes, um programa de demissão voluntária promove a saída de excelentes profissionais que se sentem com maior empregabilidade, e deixam em seus quadros profissionais sem muita qualificação ou conscientização. Também é comum a admissão de novos profissionais que não têm a experiência e a sensibilidade em lidar com os equipamentos;
Falta de capacitação técnica - O operador recebe a atribuição para fazer a limpeza, inspeção e lubrificação sem ter sido adequadamente capacitado para tal.
Para que esta etapa seja colocada em prática, todas os operadores envolvidos diretamente ao equipamento piloto devem ser educados (conscientizados) e treinados (habilitados). Os treinamentos no próprio local de trabalho (On-The-Job Training) e atividades de autodesenvolvimentos são estratégias para o sucesso desta etapa. Por isto que é importante o comprometimento da supervisão em liberar o operador para acompanhar os serviços no equipamento feitos pela Manutenção, e não deslocando-o para outra máquina naquele momento. Também é necessário um comprometimento do homem de manutenção em favorecer que o operador acompanhe a manutenção, tanto convidando-o previamente, como passando as informações básicas e, por vezes, permitindo que o próprio operador realize alguma atividade de recuperação.
O pilar Educação e Treinamento, a seguir, discute com maiores detalhes tudo aquilo relativo ao treinamento para a prática do TPM.
Por que o aperto de porcas e parafusos é tão importante para o equipamento?
As porcas e parafusos constituem os elementos de fixação. Muitas vezes encontramo-las soltas, quebradas, ou mesmo perdida, resultando em vários problemas:
- Ruptura ou danos de moldes, ferramentas e dispositivos;
- Operação indevida ou mal funcionamento devido a funcionamento inadequado das chaves limitadoras, mal contato elétrico, chaves de controle inoperantes, etc.;
- Vazamento junto às flanges da tubulação, etc.
A ausência de um único parafuso ou porca poderá significar desastres inesperados.
O uso de recursos visuais associados à inspeção periódica com auxílio de torquímetro incrementará a eficiência da operação.
A etapa 4 é a mais complexa de todas, pois é aquela que se propõe a instrumentalizar os operadores para a prática da Manutenção Autônoma. Embora, as informações aqui contidas façam parte desta etapa, é importante prevê-las desde a decisão da implantação. Dependendo do porte do equipamento esta etapa tem uma defasagem entre 4 a 8 meses desde o início da etapa 1, levando-se em consideração as limitações de recursos e tempo, principalmente nos trabalhos de turnos onde vários operadores operam o equipamento piloto em seus respectivos turnos.
Cabe neste momento fazer alguns comentários sobre o destino dos profissionais de Produção e Manutenção, inclusive os lubrificadores. A implementação da Manutenção Autônoma exige uma reciclagem permanente destes profissionais. Por vezes, alguns deles não despertam o interesse no seu autodesenvolvimento ou estão muito defasados em relação ao seu real papel. Dependendo da situação, pode ser que o grau de instrução esteja muito distante da necessidade atual da empresa, em função dos equipamentos mais modernos exigirem uma escolaridade mais elevada. Assim sendo, a Manutenção Autônoma poderá promover algumas alterações de pessoal, com alguns deslocamentos e até mesmo afastamento em último caso. Este resultado não deve ser entendido como o propósito da Manutenção Autônoma, mas como uma questão de busca de maior competitividade pela empresa.