O que é Manutenção Centrada em Confiabilidade?
Para que seja atingida a máxima eficiência de um equipamento, célula de produção ou planta, é fundamental o conhecimento dos conceitos de confiabilidade, manutenibilidade e disponibilidade, pois eles demonstram a “saúde” de um processo produtivo.
Confiabilidade
Confiabilidade é a probabilidade de um equipamento, célula de produção, planta ou qualquer sistema funcionar normalmente em condições de projeto, por um determinado período de tempo preestabelecido.
A confiabilidade é definida em função do tempo médio entre falhas (MTBF), sendo dada pela equação:
Confiabilidade = e -t/MTBF x 100%, sendo:
e = logaritmo neperiano (2,718)
t = Tempo considerado na análise
Isto significa que, a partir de uma taxa de falha constante, pode-se estimar a probabilidade do equipamento falhar dentro de um período definido de tempo.
O conceito de Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM) nasceu nas atividades de manutenção de aviões na década de 70. Neste conceito, são classificados quatro tipos de atividades de manutenção preventiva:
De acordo com as condições - Inspecionar um item em intervalos especificados para encontrar e corrigir falhas potenciais.
Recuperação programada - Recuperar um item antes de uma vida útil especificada para reduzir a probabilidade de falha.
Substituição programada - Substituir um item antes de uma vida útil especificada para reduzir a probabilidade de falha.
Análise de falha programada - Inspecionar detalhadamente um item verificando se não existem “falhas invisíveis”.
As etapas básicas para colocar em prática a manutenção centrada em confiabilidade são:
1. Identificar aqueles itens cuja falha compromete o equipamento
2. Para cada item significante, avaliar as conseqüências de uma falha. Quatro tipos de consequências devem ser levadas em conta: segurança, economia (operacional e não operacional) e falhas invisíveis. Para cada uma destas, utilizar adequadamente o tipo de manutenção preventiva. Se nenhuma for apropriada em função da aplicabilidade ou eficácia, então a conclusão é que o item não seria contemplado com uma manutenção programada.
3. Quando não há informações ou pessoas com experiência no problema, então deve ser utilizada uma estratégia mais conservadora no início e com o tempo busca-se adequá-la.
Atualmente existe uma literatura vasta sobre o tema que passou a ser denominado de RCM2, após o avanço tecnológico de análise preditivas e da informática. Sem dúvida, a manutenção centrada na confiabilidade é uma forte ferramenta para o TPM.
Manutenibilidade
Manutenibilidade é a probabilidade de se executar um reparo de uma falha dentro de um prazo preestabelecido, tomando-se como base o histórico de outros reparos. Porém, para este índice ser calculado deve-se ter um tempo para reparo constante ao longo do tempo. É aí que reside o maior entrave para cálculo deste indicador, pois geralmente os tempos para reparo que a área de manutenção dispõe têm que ser filtrados, em função dos seguintes fatores:
O escopo de trabalho da manutenção normalmente difere um do outro
Nem sempre o tempo que a equipe de manutenção foi impedida de trabalhar em toda a fase de reparo do equipamento é apropriada com rigor. Estes problemas podem ser por falta de materiais ou por sendo dada prioridade a outros equipamentos.
A quantidade de manutentores envolvidas com o reparo nem sempre é a mesma.
A Manutenibilidade é definida em função do tempo médio para reparos (MTTR), sendo obtida pela equação:
Manutenibilidade = 1 - e -t/MTTR x 100%, sendo:
e = logaritmo neperiano (2,718)
t = Tempo considerado na análise
Disponibilidade
A disponibilidade de um sistema reflete o tempo em que o equipamento está disponível quando é solicitado para o trabalho. O equipamento está disponível quando ele está em um estágio operacional. O tempo total em um estágio operacional é o somatório do tempo gasto quando está em uso e quando está como reserva (standby).
O estágio não operacional é o somatório do tempo gasto em atividades de reparo (diagnóstico ou conserto) e esperando sobressalentes, procedimentos, etc.).
A disponibilidade é expressa matematicamente pela relação:
Disponibilidade = Tempo operacional . x 100%
Tempo operacional + Tempo não operacional