Qual a relação de TPM com o 5S?
A literatura clássica de TPM existente no Brasil (a maioria na língua inglesa) basicamente é oriunda do Japão. Nela, o 5S é tratado de maneira muito discreta dentro do pilar “Manutenção Autônoma”. No Brasil e em empresas que têm sérios problemas de ordem comportamental e cultural, os quais estão espelhados nos aspectos de desperdício, desarrumação, sujeira, acidentes, doenças ocupacionais e indisciplina, o 5S deve ser tratado como uma base para mudança dos hábitos, atitudes e valores das pessoas repercutindo numa preparação ambiental propícia à implantação do TPM.
Apesar do movimento 5S no Brasil ter início na década de 80, foi a partir de 1990 que ganhou maior adesão, impulsionado pela filosofia da Qualidade Total.
5S é um conjunto de cinco atividades que visam aperfeiçoar o comportamento das pessoas, refletindo numa mudança de hábitos e atitudes e melhorando os valores éticos e morais.
Abaixo apresentamos as principais relações entre os principais benefícios do 5S e os oito pilares do TPM:
Combate às perdas
5S combate através apenas de uma melhor conscientização.
TPM combate também através de estudos técnicos.
Zelo pelos equipamentos
5S tem uma visão mais estética
TPM tem uma preocupação mais funcional
Padronização
5S tem uma visão mais estética
TPM busca padronizar também as atividades de operação e manutenção
Higiene
5S tem uma preocupação mais voltada para o bem estar em todos os ambientes
TPM tem uma preocupação com redução de perdas de produto e contaminação do meio ambiente pelos equipamentos
Alguns questionamentos são feitos com relação à adaptação das atividades de 5S com as de Manutenção Autônoma, principalmente naquelas empresas que já vêm implantando o 5S.
Normalmente as atividades de 5S são conduzidas por toda a empresa com o objetivo de melhorar o nível comportamental das pessoas. Apesar destas atividades trazerem resultados positivos aos equipamentos, não faz parte do 5S aumentar o nível de capacitação profissional do operador, mas sim aumentar o seu nível de consciência. Com o 5S o operador não é orientado nem capacitado para detectar problemas de funcionamento do equipamento, mas sim para mantê-lo limpo e cuidar melhor dele. Mesmo em locais onde o 5S está em um estágio elevado, é normal se encontrar diversas anormalidades nos equipamentos durante a Limpeza, justamente porque a amplitude de ações e responsabilidades do operador para com a Manutenção Autônoma é maior do que para com o 5S. É bem verdade que o 5S promove uma base física (no equipamentos, ferramentas, instrumentos e arredores) e comportamental que facilita bastante a introdução e eficácia da Manutenção Autônoma. Podemos afirmar que a Manutenção Autônoma é o 5S do equipamento mais a habilidade que o operador passa a ter para prevenir, medir e descobrir deterioração no seu estágio inicial.
Concluindo, o 5S é um processo educacional, enquanto o TPM tem uma abrangência mais ampla e técnica.