5S – O Amigo do TPM
Haroldo Ribeiro
Em 1979 a Nippon Zeon, petroquímica japonesa, lançou o TPM, Manutenção Produtiva Total, com o objetivo de aumentar a eficiência global de seus equipamentos. Apesar de tratar o 5S como uma das atividades da Manutenção Autônoma, a empresa concluiu que, sem um nível avançado das práticas do 5S o TPM apresentava muita dificuldade de avançar nos equipamentos piloto e na disseminação por outros equipamentos. Após enfatizar o 5S como base para o TPM, todos os pilares do TPM tiveram muito mais facilidade de serem executados e a empresa passou a ter resultados rápidos e sólidos a tal ponto de conseguir ganhar o Prêmio PM concedido pelo JIPM (Japan Institute of Plant Maintenance).
O SEIRI, Senso de Utilização, prega que além da racionalização de recursos, que é um dos objetivos do Pilar Melhorias Específicas, Focadas ou Individuais, a necessidade de se manter em boas condições todas as instalações, recursos e equipamentos. A restauração das condições básicas dos equipamentos é uma das atividades iniciais da Manutenção Autônoma e da Manutenção Planejada.
O SEITON, Senso de Ordenação, recomenda que todos os recursos tenham seu local de guarda definidos e identificados, isto inclui equipamentos e seus diversos pontos. Exemplos: Tags; sinalização de sentidos de fluxo e de rotação; sinalização de mínimos e máximos; sinalização de pontos de inspeção; sinalização de riscos. Ou seja, todo o Controle Visual necessário para facilitar as atividades do Operador e do Manutentor e para evitar riscos.
O SEISO, Senso de Limpeza, é a atividade do 5S mais relacionada ao Pilar de Manutenção Autônoma, já que a limpeza feita com postura de inspeção traz como resultados a identificação e eliminação das fontes de sujeira e a detecção de desgastes em sua fase embrionária. Com isto o Operador se torna um importante aliado da Manutenção para o aumento da disponibilidade operacional do equipamento
O SEIKETSU, Senso de Higiene e Saúde, motiva ao operador manter a sua área de trabalho livre de contaminações e seu uniforme sempre limpo. Para tanto, vazamentos e derramamentos provocados por problemas de conservação e/ou que acarretam o desgaste acelerado de partes dos equipamentos são atacados.
O SHITSUKE, Senso de Autodisciplina, contribui para vários aspectos do TPM: confiabilidade dos apontamentos feitos pelo Operador; garantia de que os check-lists são utilizados de maneira adequada; manutenção da limpeza do equipamento independente de cobranças ou auditorias; cumprimento das normas e dos procedimentos; melhor relacionamento entre Operadores e Manutentores e postura pró-ativa dos Operadores para sugerir melhorias.
O pilar de Manutenção Autônoma já prega a prática do 5S no equipamento a partir da primeira etapa e na periferia do equipamento na sexta etapa. Porém, a prática do 5S em todas as áreas operacionais facilita a disseminação do TPM; na área de Manutenção o 5S facilita a ordem e a limpeza das oficinas e dos locais de trabalho, a conservação de dispositivos e ferramentas, a confiabilidade das informações e o cumprimento das normas, procedimentos e prazos; no Almoxarifado a fácil localização e a preservação de sobressalentes é um dos principais resultados do 5S.
Haroldo Ribeiro é consultor especializado no Japão e autor de vários livros, inclusive "A Bíblia do 5S”
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